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Palavras de Areia ®

Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã. Poemas meus e desabafos de amor e de vida.

Palavras de Areia ®

Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã. Poemas meus e desabafos de amor e de vida.

24.08.19

Vamos à aldeia.


Maresia

Recordo a música do empedrado, o desfile das brancas caiadas, o ladrar dos cães, os anciãos nas escadas de Deus e, por fim, aquelas vozes melodiosas de boas vindas. Era assim, o regresso à pequena aldeia. Aldeia de ecos, de crianças livres, mulheres de negro e homens camuflados. Raízes que me prendiam ali, distantes do meu mundo que ficara bem lá para trás, no fundo da longa estrada.
Universo paralelo da minha infância, onde descobria os avós, os tios, os primos. Onde a minha mãe era a Rosa da Adega, personagem que eu imaginava que ela vivera e perdera algures entre o liceu de Beja e a vinda para Lisboa, tão jovem.
Tenho saudades do vamos à aldeia, dos rostos que se fecharam e que jamais me receberão de volta naquelas portas de postigos e peais.
Trindade, santíssima aldeia dos meus antepassados, que cruzaram a minha infância e se impregnaram na minha alma e coração.

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