Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã.
Poemas meus e desabafos de amor e de vida.
Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã.
Poemas meus e desabafos de amor e de vida.
E, graças à recente série 1986, outra viagem no tempo aconteceu. O meu pai, um acérrimo partidário do CDS e um exemplo de campanha pelo Freitas, com os seus Prá Frente Portugal na caixa do correio, na parede do nosso quarto (entendenda-se meu e da minha irmã e único que permitia tal acometimento ao papel de parede), no belo do blusão, e tenho pra min, um ou outro que surgiu na porta da rua e junto às campainhas do prédio. E como campanha sem bandeira não é campanha, eram muit...as, tantas, que sobreviveram muitos anos lá por casa, se bem que à custa de outras serventias. E bandeira, que é bandeira, dança ao som da sanfona, desculpem, hino, que tanto chateava as vizinhas e dava direito às suas visitas inesperadas a pedir educadamente a música um pouco mais baixa, que havia crianças a dormir e dores de cabeça a pedir silêncio (não esquecer que a figura de Adamastor do meu pai, intimidava qualquer marinheiro). E sim, agora percebi porque naquele tempo, o meu pai era um fã incondicional dos Taxi. Porque no auge dos meus sete/oito anos, o meu reportório variava entre um Jardim da Celeste, Chiclete e Não sejas mau pra mim. E aqui ficam estas minhas conjecturas, partilhas de uma vida, de um tempo, que guardo deliciosamente em mim.
Há dias de aperto no peito, de lágrima fácil, Dias cinzentos, de nuvens pesadas. Dias em que as portas de fuga se fecham, De claustrofobia e correntes.
Poemas de chuva, Canções de sombras, Assobios de vento. De olhos fechados, Respiro fundo…
Há dias de vento, de calafrios, Dias demorados, que nos colam ao chão. Dias em que não quero ouvir ninguém, De sossego e quebranto.
Poemas de chuva, Canções de sombras, Assobios de vento. De olhos fechados, Respiro fundo…
Cada vez mais, vejo pessoas exultantes com os seus animais de estimação. Passeiam os seus cães pelo parque, tratam-nos como se fossem filhos a darem os primeiros passos, carinhosos com os seus animais até mais não. Todos os dias centenas de posts a defender os direitos dos animais inundam as redes sociais...outra centena de pedidos de ajuda para animais abandonados... Em contraste, vejo velhos sozinhos, deambulando por aí, alheados nos bancos de jardim, caras que espreitam o mundo que corre por entre as frestas de uma janela, os mais afoitos pendurados nas ombreiras esperando que algo mude o seu dia, entregues aos seus pensamentos, ao seu abandono, à sua espera, à sua tristeza. Não tenho nada contra gostar e tratar-se bem os animais de estimação, mas esta observação, leva-me a pensar que este mundo está virado do avesso, andamos com as nossas prioridades trocadas. Cada vez mais pais, filhos e cães. Cada vez menos pais, filhos e avós. Numa casa cabe um animal de estimação, mas nela caberá a nossa mãe, o nosso pai, a nossa sogra, o nosso sogro, a nossa tia, o nosso primo? Estes velhos tão cheios de tudo, de vida, de memórias, de histórias, de sonhos que perderam no caminho, de sonhos alcançados, com tanto para partilhar... Mas os dias de hoje trocaram-lhes as voltas, desencontraram-se dos seus, perderam os amores das suas vidas. No hoje dos outros não há tempo para partilhar. O seus dias e noites são longos, tic-tacs demorados, que inquietam a alma. Já o dia dos outros, dos de agora, são rápidos e fugazes, dias de afazeres sem fim, que lhes roubam as visitas, os telefonemas, que lhes levaram para longe os beijos e os abraços, os serões de conversa com companhia, os almoços de família... Que dias estes! Que prioridades as nossas?!