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Palavras de Areia ®

Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã. Poemas meus e desabafos de amor e de vida.

Palavras de Areia ®

Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã. Poemas meus e desabafos de amor e de vida.

30.12.19

Um Novo Ano de Felicidade

O meu Caminho


Maresia

Curiosamente, termino 2019 com a publicação do centésimo post das minhas Palavras de Areia...
Cem textos... desabafos, declarações de amor, recriações, contos, poemas meus... aqueles que escolhi partilhar e dar de mim e que, um dia, ficarão para além da minha existência, para os meus, para quem os quiser acolher...
No silêncio da escrita imprimo os gritos da alma, a agitação do peito, as músicas da vida. No silêncio da escrita, mergulho em mim, escuto os pensamentos em surdina e preencho os meus vazios de tudo. No silêncio da escrita, sou de dentro para fora, aquilo que o fora fez de mim.
E quando se avista a promessa de mais um ano de vida, eu prometo que irei tentar aproveitá-lo da melhor forma, continuando a procurar motivos para sorrir todos os dias...
Prometo continuar a amar profundamente a vida. Prometo continuar a sonhar e a realizar sonhos. Prometo ser verdade e amor. Prometo olhar o céu, a terra e o mar. Prometo dar o melhor de mim e ser grata pelo que recebo. E prometo acreditar sempre...
Em 2020, irei ao meu encontro, olhar-me nos olhos... e como vivo para acreditar que os sonhos se podem tornar realidade, que podem saltar do papel para os poros da pele, começarei por aí... o sonho de ser dona do meu Caminho, de ser a heroína das minhas histórias, de ser digna do sangue e do amor que me corre nas veias. Naquele que será um dos desafios da minha vida, partirei sozinha ao encontro de Santiago e de mim própria. Que sejam passos de superação, de amor e de coragem. Que sirvam de inspiração aos meus filhos, a nunca desistirem de si próprios, dos seus sonhos, pois somos aquilo que sentimos.

Que eu seja, que sejamos todos, elos de vida, de amor, de felicidade nesta corrente da Vida. Que um fantástico 2020 nos espere neste virar de mais uma página!!!

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24.12.19

Ho!Ho!Ho! Feliz Natal!!!


Maresia

Já neva, o vento uiva baixinho, raios de sol rasgam o céu, por entre tufos de algodão. Entusiasmado, enfia as suas botas pretas, brilhantes de graxa, envolve-se no seu grande manto púrpura, não esquece o seu velho gorro de malha, tão seu como as suas longas barbas grisalhas, e apruma-se com o seu bem pesado saco de pele e cajado, a não largar nestes dias de manto branco, de tanto a fazer. E parte.
A respiração não tarda em ficar ofegante e as pernas refilam perante o seu peso imenso. Mas que importam agora os queixumes, quando já sabe que o esperam, como quem espera a boa nova. Não esqueceu nada! Todos os anos, nada falha!
O caminho é longo, mas tem os seus bons e velhos pensamentos como companhia. Eles rodopiam na sua cabeça, enquanto a neve rodopia à sua volta. Vento fresco que limpa a alma e corpo. Que prazer é viver! Que privilégio é poder gerar amor!
As crianças já o esperam, os seus duendes, como carinhosamente gosta de os chamar. Meninos e meninas de sorriso fácil, de expressões sinceras, que ainda vivem com os dois pés no mundo encantado.
Que gosto que é ver aquelas carinhas larocas, com as mãos a fecharem-se perante a emoção, o bater das palmas, e o melhor de tudo, os risos e os abraços pendurados. Ah! Que alegria!

Então, que se faça a magia do Natal e que se concretizem os sonhos. É a noite de Natal e hoje, este velhinho de barbas longas e coração gigante que caminha para as nossas casas é cada um de nós.
O encanto e a magia do Natal acontecem... basta fechar os olhos com muita força, acreditar que o mundo encantado somos nós que o fazemos e juntos faremos a magia do Natal transbordar das histórias para a felicidade das nossas casas, das nossas crianças. Duendes de um reino mágico que nos brindam com o seu amor e ternura.
Ho!Ho!Ho! Feliz Natal!!!

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12.12.19

Da minha gaiola


Maresia

Sentada à minha janela,
De olhos postos lá fora,
Perco-me no verdejar,
Ouvindo tanto piar.
Vendo as danças de esvoaçar,
Estou certa que eu é que vim morar
Para a bela casa destes cantares.

E eu, nesta gaiola,
Vejo o Senhor Melro saltitar,
No relvado a manobrar,
As ervas a debicar.
Voos rasantes até ao ninho,
Para ir dar o beijinho
A quem no bico espera amor.

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03.12.19

Gostas mais do pai ou da mãe?

Gosto de gente com um Coração Gigante


Maresia

Desde que criança que me intriga perguntarem-me se gosto mais deste ou daquele, se esta pessoa é mais ou menos, se tenho este ou aquele preferido. E tal como nunca tive só e apenas uma cor preferida, uma música preferida, um filme preferido, um livro preferido, pois cada coisa tem o seu contexto, o seu momento, a sua beleza, também não tenho pessoas preferidas. São algumas as que ocupam um lugar especial e não recorro a pódios. E quando fui mãe, ainda me chocou mais, questionarem os meus filhos se gostam mais do pai ou da mãe, desta ou daquela avó, como se eles fossem obrigados a tomar uma decisão. 
Não existem os melhores e, tal como direi sempre aos meus três rapazes, o nosso coração não tem limite para amar. Nele cabem infinitas pessoas e não temos que escolher umas para amar mais, nem tirar umas para entrarem outras. Nele cabem todos os nossos filhos, amores, amigos, pais, padrastos, avós, tios, primos, amigos,...são tantos os que podemos amar e guardar no peito!
Na vida, por vezes, estaremos mais perto de uns e, por outras, mais perto de outros. Muitas vezes, não é o tempo, nem a proximidade que fazem o sentimento ser mais forte...é por isso, que temos estas caixinhas mágicas, o Coração e o Cérebro, para guardarmos o sentimento e as memórias.
Na minha vida, a minha balança terá sempre dois pratos. E nunca o mal que alguém me faça, apagará o bem que me fez. Não condeno ninguém, pois também não gosto que me condenem a mim. E tantas vezes, estando nós a fazer o bem por nós próprios e por uns, estamos a magoar outros ou a ir contra as suas opiniões e princípios. Cada um com o seu sentir, com o dom de fazer o seu próprio caminho.
Tendemos em julgar os outros...é bem mais fácil condenar o outro do que ver e aceitar as próprias falhas...Tendemos a culpar os outros pelos nossos problemas...sem refletir naquilo que fizemos ou deixámos de fazer para que tal não acontecesse... Tendemos a esperar do outro sempre o bem e as atitudes para nós mais certas...quando neste mundo, nunca alguém estará sempre bem aos nossos olhos.
Mas a vida é um instante para se viver, não para se julgar. E devemos dizer aos nossos filhos que não é por se zangarem com um amigo que se apaga os bons momentos que viveram, que não é por terminarem um namoro ou relação, que têm de condenar a pessoa para que esta passe a ser a pior do mundo, que não é porque o professor ou colega de trabalho lhe falou torto hoje, que deve esquecer o que lhe ensinou e os dias em que lhe sorriu. Isso é anularmo-nos a nós próprios e àquilo que vivemos. É como se déssemos como perdidos horas, dias, mesmo anos, das nossas vidas. Aqueles que partilhámos com seres humanos, que agora, até podem já não estar por aqui, mas que fizeram a diferença e foram o nosso mundo em determinado momento.
Espero que muitos se identiquem com este desabafo e espero que alguns, daqueles que embora sem lugares no pódio, guardo em mim com um carinho especial, entendam que esta vida é uma viagem e eu tenho a oportunidade de escolher se a farei ansiosa e armagurada a julgar as condições e o serviço de carruagem, ou se espeto o nariz à janela e me deixo deslumbrar e acariciar pelas coisas boas que o mundo tem para me dar.

Com amor.

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02.12.19

Em mim


Maresia

Sou infinitude.
Não me descortino o fim,
perco-me em mim,
num templo de sonhos,
pensamentos, criações arreadas.
Abstraio-me do mundo.
No meu não há tempo,
nem horas, nem mortes.
Há dias que sou medieval,
de vestido, couro e escaramuça,
criança levada pela mão do avô,
ou abraço da semana findada reinventado.
Noutros, recrio beijos para darmos amanhã,
alinhavo viagens, percorro as estradas que me esperam,
morro nos meus braços.
Que ventos me percorrem a toda a hora...
Instantes que me beliscam,
como o Coelho a desinquietar a Alice.
Já vou, sabem que sim!
Nesse baloiço é que descanso,
me deixo dormitar no sonho.
(o nem sei o que ia fazer, a direção que se perde, a pergunta que não ouvi, as torradas que se queimam...)
Não estou na lua. Essa olho-a com a intensidade com que ela me encanta.
Estou em mim. Perdida na imensidão de mim.
Que não cabe em ti, nem caberá em ninguém.
Sou demasiado sentir, palavras, amor, verdade.
Transbordo.

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