Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã.
Poemas meus e desabafos de amor e de vida.
Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã.
Poemas meus e desabafos de amor e de vida.
Na vida, vestida de Rosa, Que flor temerosa, De doce beleza. Partilhas as pétalas, Sacrificas as folhas. Segura em raízes de amor, És caule firme de mãe, Pólen mágico de avó, Fragrância leve e fresca. Mulher bondade, Moça bonita, Eterna criança. Mãe, minha.
Entrei pelo nevoeiro, Acompanhei as ondas, Segui as nuvens... Pisei estrada, Pisei pedras, Pisei areia, Pisei gravilha Pisei folhas, Pisei lama, Pisei um mundo cheio. Carreguei o peso, Carreguei o medo, Carreguei a solidão, Carreguei a força, Carreguei o sonho, Carreguei a coragem, Carreguei o meu mundo inteiro. No meu caminho...
Hoje farias 102 anos...imagina, lá!! E como já levamos 40 de amor, hoje, a tua reguila vai ousar tratar-te por tu. É um argumento carinhoso e tu dizias que eu tinha um argumento para tudo 😘
Foste mais que um amigo, mais que um avô, foste o meu querido Pai Manel, que na ausência do meu Pai João, me levou pela mão em longos passeios, me acarinhou, me ensinou a pedir desejos à estrela mais brilhante (que agora és tu, por certo) e me mostrou que o amor que damos genuinamente a alguém, cabe nas coisas mais simples. As flores que apanhava contigo no caminho para casa, quase sempre junto à Praça de Espanha, são até hoje as mais belas, as com o cheiro mais doce, aquelas que guardava nos meus livros e diários. Ouvias a minha tagarelice sem reclamar, deixavas-me pôr mais som no rádio da cozinha e na televisão da sala para eu dançar. E foi em cima dos teus pés, segura pelas tuas mãos, que me mostraste como dançavas nos bailes da tua aldeia. Eras uma criança feliz como eu. Adorava sentar-me ao teu lado a fazer as contas do táxi e de despertar às 4h da manhã, quando largavas o serviço, e beber chá quente contigo. Adorava ouvir a tua História de Portugal, que sabias na ponta da língua, dinastias e lendas, e claro, a de D. Pedro e de D. Inês era a mais pedida. E lembro-me como se fosse hoje, a aula de Português, na qual a professora deu o Episódio da Inês de Castro, da minha epopeia Os Lusíadas, e o meu pensamento gritou "É a história do Pai Manel"...quis te contar o meu espanto e encanto, mas tu já não me podias responder, deitado naquela malfadada cama. Deite-te muitos beijinhos e disse-te em silêncio "O Camões disse o mesmo que tu daqueles cruéis assassinos."
E são tantas as histórias e momentos que partilhámos...a vida separou-nos cedo, mas nós aproveitámos da melhor maneira.
Hoje, para comemorar os 102 anos do teu nascimento (não é, mas é uma coincidência linda), estou prestes a navegar no Rio Minho, para conquistar a Galiza e o Reino de Leão (também não 😉)... estou a ir conquistar a minha felicidade, a paz entre o meu Reino do Amor e dos Sonhos.
E aqui fica um pequeno manifesto de saudade e de amor eterno por ti, por si!