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Palavras de Areia ®

Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã. Poemas meus e desabafos de amor e de vida.

Palavras de Areia ®

Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã. Poemas meus e desabafos de amor e de vida.

28.02.21

Eu sei, sinto...


Maresia

Saberá o vento limpo, o céu
Que acendem, arrancam...
Suspiros arrepiados, sorrisos
Que brotam em mim, levados.

Saberão as ervas altas, a terra
Que seguram, acariciam...
Ternuras felizes, lamentos
Que me percorrem, dançando.

Saberão as estrelas minhas, o sol
Que iluminam, guiam...
Sonhos amados, desejos
Que me alimentam, vividos.

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21.02.21

O Amor às Palavras

Dia Internacional da Língua Materna


Maresia

A língua é um instrumento mágico e poderoso, que nos dá infinitas possibilidades. As palavras são moedas de ouro no nosso baú do saber. Com elas enriquecemos o nosso conhecimento, a nossa capacidade de comunicação, a nossa infinita capacidade de sonhar.
Amo a nossa língua, o Português. Sou imensamente grata por ter tido a oportunidade de aprender, estudar, ler, escrever. De viver num mundo de livros e palavras.
A leitura e a escrita são para mim essenciais. Um dia sem escrever, sem mergulhar nas palavras, sem sentir linhas e versos, sem correr os olhos pelas sílabas é raro. Gosto de ler, de escutar, de aprender mais um pouco todos os dias, de viajar por outros lugares e de viver outras vidas nas histórias que leio... aquela sensação de virar a página, como quem curva na estrada e é surpreendido por uma paisagem deslumbrante...
A Língua Portuguesa é sangue que me corre nas veias...o meu coração pulsa através das palavras e nelas respiro o meu ser e sentir.
Sem elas... certamente, menos louca, menos sonhadora, menos absurda...mas tão menos eu, eu seria.

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21.02.21

A porta


Maresia

Sentada no espaço vazio, na sua reconfortante cadeira de braços, esperava... a porta encostada, convidava uma brisa fresca de esperança a entrar, um fio de ouro e luz iluminava o dia e o sonho. O silêncio apenas era cortado por alarmes falsos de passos e vozes roucas que seguiam o seu destino. Esperou. O sonho fez-lhe companhia quase até ao fim. Mas depois... depois veio o inverno. A brisa revoltada, tornou-se inquieta, gelada e cortava-a na pele. Adoeceu. Os dias escureceram, o sol partiu para outras paragens. Em noites de luar, ainda parecia escutar passos...
Pouco antes, talvez numa última vã ilusão, ouviu chamar o seu nome. Mas não arranjou forças para responder de volta e apenas as lágrimas ousaram reclamar a desilusão. E quando chegou a hora, findado o tempo perdido, avançou levemente para a saída. De mão dada à áspera maçaneta, puxou a perra porta com todas as forças que lhe restavam. O estrondo quebrou-a num último estilhaço. Rodou a velha chave e partiu.
Junto ao velho carvalho, ouviu três pancadas fortes...seria...não olhou para trás. Na fonte do largo, lançou a chave e lavou o rosto...para sentir um findo arrepio de vida. Seguiu o caminho, o das estrelas.

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16.02.21

Inspiração Profunda


Maresia

Assim vou arejando a minha cela abafada,
Abrindo as portadas...
Com versos de brisa e luz.
Inspirando profundamente as paisagens,
Ritmadas pelo pulsar do coração.
E aqueles sonhos que se vislumbram no horizonte...
Serão salvos.
Serão aguarelas na tela da minha janela,
Serão sempre poesia a espreitar.
A próxima imagem,
A próxima rima,
A próxima estrofe,
A próxima inspiração...
Profunda.

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07.02.21

Diário da floresta


Maresia

Contei o meu segredo às folhas,
Segredei-lhes os medos,
Gritei-lhes as alegrias.
Folhas, folhas, folhas!
Donas dos bosques, caminhos e margens,
Sabei vós que aqui sou eterna.
Mais uma de vós, que serpenteia ao vento,
Que escuta nos poros esta melodiosa vida...
O coro das árvores, dos riachos, dos bichos.
Folhas, folhas, folhas!
Recebei o meu poema de Vida,
O meu presente dos céus.
A minha árvore,
Meus ramos, meus versos,
Meu canto, Viver.
Águas, águas, águas!
Levai as mágoas,
Minha natureza morta.
Lavai minhas mãos e pés
Cansados e turvos da dor.
Céus, céus, céus!
Mandai-me a chuva,
Que rega meus sentidos,
Me arrepia e faz crescer os sonhos.
Abri o sol sobre mim,
Aquecei de brilho os meus olhos.
E despida, trigueira, abraçada de luz,
Tomarei a floresta,
Enterrarei a alma nos lençóis de terra,
Entrelaçada nos troncos,
Agarrada as vós, folhas!
Estrelas dos meus trilhos,
Guardiãs do segredo, Viver.

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