Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã.
Poemas meus e desabafos de amor e de vida.
Partilha de sentires, emoções, aferições, estados de alma e coisas banais. Pequenas histórias de ontem, de hoje e que se sonham para o amanhã.
Poemas meus e desabafos de amor e de vida.
Na calmaria da paisagem, Tomado o vento por companhia, O mar por confidente, Escuto os sussurros suspeitos. O amanhã levantará uma ventania, Meus segredos cantados quebrarão Ondulados, revoltos, chapados Nas rochas indomáveis e frias. Mas amanhã, levada esta calma Debaixo do peito, adormecida nos poros, Estarei longe num quebranto sossego. Amanhã, quando a tempestade gritar Por mim, vazia de mim, Eu, já não estarei aqui.
Pela luz dos vossos olhos, Apagarei os meus. Apenas vós, estrelas, Alumiarão meu tempo, Meu barco sem leme Pela corrente desnorte Perdida das margens, Perdida de mim, Buscando um enfim, Cascata caindo, Corpo de água esvaído, Buscando cansada, Minha hora na foz.
Na fina promessa da vida, Carrego nas folhas a esperança, Florida de pétalas de amor, Orvalhadas pelos beijos guardados. E ao raiar das horas perdidas, Deixo meu Sol me despir, Seus raios me aquecer, Mostrando ao vento quem dança, Provando à nuvem que passa, Que mesmo preso meu caule, Meu perfume navega na brisa, Percorre os céus em corrida Em busca daquilo que sonho.
Encanto castrejo, tão verde, ponteado a amarelo e roxo. Palete verdejante, pintada em tela de pedra, granito sangrado. Serras vestidas, tão belas, que nas suas cascatas e fontes cantam felizes.
A envolvência é imensa, avassaladoramente bela, e também nossos olhos sangram pela beleza, a cantar como as sua águas sonoras e límpidas.
Tomado o castelo, fortaleza caída, perdida, mas tão segura no seu altivo domínio, guardando a Peneda, como que, hoje, protegendo as flores, a urze e cada rasgo de paisagem, somos nós os conquistados.
Suas pontes romanas revelam o Império, sua via legionária, tomada ela de encantos, rasgando as serras, desenhando a História.
Aqui somos reais, palpáveis, crus, originais... somos elemento sã desta terra tão nua, tão deslumbrante de tão natural. Amo este sentimento de me sentir primitiva, mais um pássaro na paisagem, voando livre. Sou como esta paisagem... dura, florida, sem máscaras, adornos...nua e crua.
Um dia, regressarei. Regressarei sempre... corpo, alma, pássaro... pertença deste verde imenso, céu e horizonte.