A festa
Brotaram flores do meu coração,
Faíscaram em meus olhos
As luzes, as cores, as paixões.
Trespassaram-me os encantamentos
Das fadas, de mãos em roda,
Rodopiando comigo em palco de flores,
De folhas, quebrando sonoras, descalças
O piso seco magistral do caminho,
Que tomara como onírico rumo
De festa, de quem vestiu de gala
A gratidão de viver os dias,
Que a vida oferece sorrindo, servidos
Em copo de barro, cravado a pedrinhas,
A conchas, a brilhantes d'agua da chuva
Pura, encantada e mágica de bençãos.
As árvores dançaram à sonata ventosa,
Que entoava as notas de cada letra,
De cada poro do teu nome, perfumado
Que me impregnara de verdades
Sonhadas, tomadas de corpo inteiro,
Encaloradas de fogo d'alma
Que ama perdida de si
Para se encontrar no peito
De quem se ama.
Imagem: Maria Antónia pinturas (fonte: Pinterest)