Amanhã
Na calmaria da paisagem,
Tomado o vento por companhia,
O mar por confidente,
Escuto os sussurros suspeitos.
O amanhã levantará uma ventania,
Meus segredos cantados quebrarão
Ondulados, revoltos, chapados
Nas rochas indomáveis e frias.
Mas amanhã, levada esta calma
Debaixo do peito, adormecida nos poros,
Estarei longe num quebranto sossego.
Amanhã, quando a tempestade gritar
Por mim, vazia de mim,
Eu, já não estarei aqui.
Pintura, Monika Luniak