Colona
Naveguei por mares desconhecidos,
Prazeroros e sofridos...
Acalentei a esperança de conquistas,
Desfrutei a viagem,
Perdida nos horizontes sem fim...
Perdidamente iludida...
Agora, esgotadas as forças,
Rasgada pelos infortúnios,
Ancorarei o meu barco distante,
Apenas eu e o ondular das ondas
A embalar a alma e o meu peito vazio,
Adormecida do mundo. Esquecida.
Que os sonhos me acordem de mansinho.
Que apenas eu creia na minha existência.
Ilha desconhecida e deserta,
De areal brilhante, penedos deslumbrantes,
Frondosas árvores, mantos de flores,
Riachos, assombrosas cascatas...
E com as minhas asas de espanto,
Reinventarei o mundo. O meu.