Em nome da Terra
A mágica transcendência da (minha) escrita
Escrevo como quem invoca os elementos da Natureza, como quem inspira profundamente a Terra.
Na busca de um sol, que me ilumine e aqueça o peito e as ideias, ofuscada pela beleza do que vê o meu coração e pelo brilho dos meus olhos soletrados em lágrimas de luz. Um fogo que me queime de sentires, alma e corpo incendiados.
Na busca de um vento, que me leve daqui, para lá da linha do horizonte, rodopiando numa dança de correntes, de sopros inspiradores, que me trespassem de vidas. Um ar que me respire e entenda lúcido a minha loucura transgressora.
Na busca de um mar ou rio, onde naveguem os meus sonhos, como caminhos secretos para uma casa perdida, que me acolha por um tempo, numa dimensão ultrajante, que vivo secretamente, deliciosamente perdida do mundo, num mundo só meu. Uma água que me lave as impurezas da alma e que por ela escorram desejos, sedentos de poiso, de ondas.
Na busca de bosques, montanhas, vales, campos d’oiro e esmeralda, que me envolvam de espanto, me semeiem os passos, sonoros de vida, que se quer para além do trilho, do repouso das folhas, criando raízes imensas, com rastros de pensamentos que se deixam no passar. Uma terra perdida, primitiva, que me engula inteira, me tome como sua e me torne sua palavra.