Pintar os dias de verde
Há dias assim... apetece encher o peito de ar e pintar o dia de verde. Respirar fundo como quem refresca a alma, ouvir o vento na dança das árvores e vaguear por aí, sem horas contadas. E fazê-lo na melhor das companhias é delicioso.
Aos seus olhos este mundo verdejante ainda é mais imponente. As árvores são gigantes mascarados que têm relações privilegiadas com o céu, as folhas secas são responsáveis pelo outono e foram elas que chamaram o vento fresco para as varrer. Do sol, diz que está mais simpático, pois já não pede boné, nem obriga a corridas para a sombra.
Libertaram-se as pernas e a imaginação. Ambas correram desenfreadas pelo verde. Perseguições e caças imaginárias, em que os paus viraram espadas, setas e até bengalas, os caminhos de folhas, verdadeiros obstáculos escorregadios, que apelavam a maior destreza, e os maiores arvoredos, por certo, florestas negras que escondiam os piores monstros.
Enfim, como um passeio no parque se pode tornar numa aventura épica...E eu, espectadora atenta, mãe, vivi todas as emoções, protegi pela retaguarda, respirei fundo e refresquei a alma.