Quadro de tristeza
Cerrando os olhos,
Olhando bem no fundo de mim,
Sentido cada estilhaço,
Torcendo no peito o coração,
Como quem escorre mágoas de um trapo.
Sempre pelo meio...
Sempre pela metade...
Sustendo a vida na respiração,
Escapando-se a alma entre os dedos,
Vivendo o sonho que tarda,
Desfocando-se a cada dia que passa
Nos olhos rasos de água perdido.
Não mais inteira...
Não mais vazia...
Não mais aqui...
Tentando dar e ser,
Errando em mim, com todos,
Perdendo a cada aurora,
Derrotando cada alento que espreita,
Como quem entrega as armas e aceita.